Gatos e o Veterinário

Mesmo temendo qualquer ida ao veterinário com o seu gato, tenha presente que estas idas são fundamentais para o acompanhamento da saúde do seu pet. Pode evitar os problemas de saúde do seu gato, se o levar a um check-up com o seu veterinário a cada 6-12 meses. Especialmente quando ele tem mais de 8 anos.

Por natureza, os gatos são independentes, territoriais, precisam de controlar o meio onde se inserem, bem como sensíveis a diferentes cheiros – o que torna particularmente as visitas ao veterinário stressantes.

Quando devo chamar o veterinário para ver o meu gato? 

Existem comportamentos inerentes aos gatos que ocasionalmente preocupam tutores, principalmente para quem está a “viajar” pela primeira vez neste mundo felino, o que nem sempre significa que deve chamar o veterinário para ver o seu gato. Entre estes destacam-se: ronronar; regurgitar bolas de pelos; salivar demais. As três ações são, de forma geral, inofensivas e típicas da espécie, não representando riscos ao quadro de saúde do animal. 

• O ronronar dos gatos é uma forma de expressão comum aos gatos, uma forma de expressar prazer ou medo, por exemplo. “O ronronar é um movimento da via aérea superior, semelhante a um ronco”;
• O expelir bolas de pelo é um ato fisiológico e até positivo, já que os pelos engolidos inadvertidamente pelo gato não têm nenhum valor nutricional e precisam ser expelidos de alguma forma;
• O salivar excessivamente está relacionado com o estado pontual do gato, em grande maioria com stress ou medo.

Por outro lado, o gato tem um comportamento muito peculiar ligado à rotina. A mudança dessa rotina pode ser suficiente para o alertar do estado de saúde do seu pet. Os primeiros alertas em como deverá chamar o veterinário para ver o seu gato, partem de algumas alterações comportamentais ligadas à sua rotina, tais como:

• O seu gato fez as necessidades em sítios que não estão ligados à sua rotina, este comportamento poderá ser um alerta e deve ser examinado pelo seu veterinário;
• Outra mudança comportamental que deve chamar atenção para a saúde do felino tem a ver com a demanda por atenção ou mesmo carinho. Se o animal normalmente é carinhoso e altera subitamente esse comportamento, afastando-se de si, ou o contrário, se ele é muito independente, não costuma aceitar carinhos e assim o solicita, também é um sinal de que algo poderá estar a perturbá-lo;
• Quando o gato reduz a ingestão de água, o intervalo entre uma urina e outra aumenta. A urina é feita de sais minerais e água, mas com intervalos de tempo substanciais, esses sais começam a cristalizar, pelo tempo em repouso na bexiga. E ao tentar urinar, é possível que ele comece a obstruir a uretra. Deverá sem hesitação contactar o médico-veterinário;
• A estas causas comportamentais juntamos também os casos relacionados com envenenamento.

Os sintomas de envenenamento dependem da quantidade de substância tóxica ingerida, assim como da substância em si. No entanto os sintomas típicos são:

• Aumento da salivação;
• Vómitos;
• Diarreia;
• Convulsões ou mesmo paralisia;
• Falta de ar ou arritmia cardíaca, em situações mais graves;
• Atropelamentos ou outros desastres domésticos.

Todo o cuidado é pouco e por essa razão a prevenção é a melhor forma de garantir a presença do seu companheiro felino por muitos anos.

Quais as vacinas que o veterinário dá ao meu gato?

As vacinas que o veterinário dará ao seu gato funcionam da mesma forma que as vacinas para as pessoas. O que significa que devem ser alvo de reforços regulares após a primeira toma. Para saber exatamente quando deve dar o reforço da vacina fale com o seu médico-veterinário.

Existem atualmente vacinas eficazes contra várias doenças graves. Entre estas destacam-se:

• Panleucopenia felina;
• Leucemia felina;
• Peritonite infeciosa felina;
• Raiva;
• Não existe ainda uma vacina no mercado português contra o vírus da imunodeficiência felina (FIV).

Quem coloca o microchip ao meu gato é o veterinário? 

A colocação do microchip no gato é um procedimento simples e rápido que pode ajudá-lo a reunir-se com o seu amigo de quatro patas. O procedimento é extremamente rápido e é o veterinário quem coloca o microchip no seu gato, trata-se de um procedimento relativamente indolor. 

O microchip dos gatos possui um código exclusivo de 15 dígitos, que é depois registado numa base de dados nacional juntamente com os seus dados, incluindo o seu nome, morada e número de telefone de emergência.

Sinais que o meu gato precisa de um veterinário

Nas emergências, todos os segundos contam e podem fazer a diferença face a vida do seu pet. 

Por esse fator e tendo presente que os gatos são mestres em ocultar que sentem dor ou desconforto, elaboramos a lista abaixo de tipos de sintomas que requerem uma atenção e ação imediata por parte do tutor.

• Tem diarreia e vómitos;
• Apresenta uma hemorragia ativa;
• Perda de apetite durante mais de 12 horas;
• Letargia ou prostração que dure mais de 12 horas;
• Não urinar nem fazer fezes;
• Respiração rápida, difícil, superficial ou muito violenta;
• Tosse severa e constante, às vezes acompanhada de vómito;
• Ingeriu algum tipo de veneno, medicamento ou outro produto químico que possa ser perigoso ou suspeito;
• Sofreu um traumatismo severo, como por exemplo um atropelamento, uma queda de altura considerável, uma mordedura por outro animal, etc.

Gatos idosos, o que devo perguntar ao meu veterinário?

Um gato pode ser considerado idoso a partir dos 7 anos de idade. Logo, será a partir desse período que ocorrem as mudanças comportamentais, e os cuidados devem duplicar à medida que ele envelhece.

Da mesma forma que acontece com os humanos, o processo de envelhecimento felino é uma questão individual. Contudo, os sete anos de vida é uma média para que os primeiros sinais da terceira idade apareçam.

Esse “desgaste” que começa a aparecer neste momento da vida do pet acontece devido à diminuição de algumas células do corpo e do funcionamento de algumas partes vitais do corpo, como coração e sistema imunológico.

É natural que nesta fase questione o médico veterinário se observar os seguintes sintomas:

• Desorientação, agressividade, miados excessivos – estas alterações podem estar relacionadas com problemas cognitivos;
• Incapacidade de saltar, dificuldade na mobilidade – poderá estar relacionado com dores articulares;
• Falta de apetite, “Dr. O meu gato não quer comer” – poderá estar relacionado com alguma doença na boca ou perda de dentes, ou mesmo doenças renais entre outras.

Seja qual forem as suas dúvidas, consulte o seu médico-veterinário, especialmente nesta fase da vida do seu pet.