A raiva canina é uma doença viral zoonótica, fatal na maioria dos casos. A vacinação da raiva ou vacinação antirrábica é obrigatória em cães em Portugal desde 1925, e constitui a medida de prevenção mais importante contra a doença da raiva.
O que é a Raiva Canina?
A raiva canina é uma doença viral que afeta o sistema nervoso central. Todos os mamiferos, incluindo os humanos podem ser infetados com o vírus da raiva. Quando os sinais clínicos aparecem a raiva é fatal praticamente 100% dos casos.
Virus da Raiva
O vírus da raiva é um vírus pertencente à família Rhabdovidriae. O vírus da raiva é o vírus mais mortal conhecido.
Tipos de Raiva Canina
A raiva canina manifesta-se em três fases distintas, vulgarmente denominadas por tipos de raiva. As principais características de cada fase são:
Fase prodrómica (duração entre 1 a 3 dias)
- Sem sintomatologia específica
- Alterações comportamentais tais como sonolência, agitação, reação exagerada a ruídos, fobia à luz, perda de “medo”
- Micção frequente
- Sem alterações do estado geral
Fase de excitação (duração entre 3 a 4 dias)
- Agitação e agressividade extrema
- Comichão no local da mordedura
- Perda de “medo”
- Dilatação das pupilas
- Ingere objetos pouco comuns
- Grande sensibilidade aos ruídos
Fase de paralisia (duração entre 2 a 4 dias)
- Paralisia muscular
- Incapacidade em deglutir
- Produção excessiva de saliva
- Mandibula caída
- Uivos
- Morte por paralisia dos músculos respiratórios
Transmissão da Raiva Canina
A transmissão da raiva canina ocorre, maioritariamente, através da mordedura de um animal infetado, com a consequente inoculação de secreções salivares contendo o vírus.
Portadores de Raiva
Quando se pensa em raiva doença, os cães são os reservatórios mais importantes. Contudo muitos outros animais podem ser portadores do vírus da raiva, como é o caso dos gatos, das raposas e dos morcegos.
De uma forma genérica, podemos assumir que as aves e os répteis são os únicos animais que não são infetados por este vírus.
Raiva em animais
Tal como anteriormente mencionado, os únicos animais que não têm raiva são as aves e os répteis, todos os outros são suscetíveis de desenvolver um quadro neurológico fatal. Os sinais clínicos podem ser bastante variáveis e atípicos.
No caso particular dos cães, os sintomas da raiva canina podem ser facilmente confundidos com os sintomas da esgana. Os sintomas inespecíficos incluem inquietação, perda de apetite, dificuldade em comer, vomito e diarreia.
Após um período neurológico agudo seguido de um estado de doença inespecífico, que dura um a dois dias, os animais podem apresentar problemas de equilíbrio, agressividade excessiva, salivação, incoordenação motora, automutilação, entre outros. No caso dos animais silváticos, como é o caso das raposas, estes podem tornar-se “estranhamente” sociáveis.
Raiva humana
A raiva humana está presente em todos os continentes, com exceção da antártica. Contudo mais de 99% das mortes devido a esta doença ocorrem na Ásia, África e América do Sul.
A raiva em humanos é sucedida, na maior parte dos casos, à mordida de um cão com raiva, sendo maioritariamente fatal aquando da ocorrência de sinais clínicos. O período de incubação da raiva humana é tipicamente de 2 a 3 meses, podendo variar ente 1 semana a 1 ano.
Raiva sintomas… Quer saber mais? Pois bem, de uma forma sucinta os sintomas iniciais da raiva incluem febre associada a uma sensação de formigueiro ou queimação no local da mordida. À medida que o vírus se espalha pelo sistema nervoso central, este desencadeia uma resposta inflamatória progressiva e fatal dando origem a sinais clínicos de ordem diversa, como é o caso dos sinais de hiperexcitabilidade.
A Raiva em Portugal
O último caso autóctone de raiva em Portugal foi registado em 1960. Atualmente, Portugal é considerado um país indemne de raiva. De forma a mantermos tal estatuto epidemiológico é fulcral continuar a incluir a vacina da raiva ou vacina antirrábica nos protocolos vacinais dos nossos animais de companhia.
Dia Mundial contra a Raiva
O dia mundial contra a raiva é celebrado anualmente no dia 28 de setembro, e constitui um marco importante para a prevenção desta doença, promovendo a sensibilização das comunidades e das entidades governamentais.
Esta iniciativa partilha a ambição de diferentes organizações mundiais, como é o caso Organização Mundial de Saúde, que consiste em registar zero mortes humanas por raiva até o ano de 2030.
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