O melanoma é uma neoplasia maligna que se origina nos melanócitos, células que produzem o pigmento da pele. Podem ocorrer em diversas partes do corpo, mas os locais mais comuns são: pele, cavidade oral e olhos. Como qualquer processo de carcinogénese, existem fatores de promoção: trauma crónico, exposição a agentes químicos, queimaduras, infeções, entre outros.
Estes fatores levam a instabilidade do DNA do hospedeiro, facilitando a transformação neoplásica. Nos patudos, a exposição solar (como acontece nos humanos) pode ser um fator importante na progressão do melanoma. São, por norma, neoplasias agressivas (principalmente se localizadas na cavidade oral ou dígitos) e devem ser controladas o mais cedo possível.
Um melanocitoma é uma alteração benigna nos melanócitos. É também bastante comum, principalmente na pele. Deve ser sempre controlado, idealmente removido, pois poderá originar mais facilmente um melanoma.
É mais comum em cães do que em gatos, afeta animais idosos entre os 7 a 14 anos de idade, de ambos os sexos. Nos gatos não existe predisposição racial. Nos cães, as raças mais predispostas são Labrador Retriever, Schnauzer, Cocker Spaniel entre outros. Podem, portanto, ter uma base genética.
Consoante o local afetado os sinais clínicos vão ser diferentes.
Alguns sinais que podem ser transversais, se ocorrer metastização, são: taquipneia, apatia, perda de peso, cansaço fácil, entre outros.
No caso de um melanocitoma de pele os sinais já serão apenas localizados, caracterizados normalmente por uma lesão proeminente de coloração preta ou castanha, bem delimitada, recoberta de pele lisa e sem pelo.
Além do exame físico e anamnese, deve ser sempre efetuada uma citologia ou idealmente uma biópsia. Só assim é possível confirmar o diagnóstico ou descartar a presença de outra patologia. Outros exames complementares como análises sanguíneas, radiografias, ecografias, entre outros, podem ser requeridas. É necessário avaliar o estado físico do animal, descartar a presença de metástases e estadiar a doença.
No caso de melanoma ocular alguns exames ainda mais específicos podem ser necessários, neste caso o animal deve ser seguido por um especialista em oftalmologia.
Na maioria dos casos a remoção cirúrgica está indicada, ou a enucleação se o melanoma for ocular. Contudo, este tratamento ou a realização de quimioterapia vai depender da dimensão e local da lesão e da presença de metastização (estadiamento). Pode ser necessário associar diversas formas de tratamento para uma resolução mais eficaz.
Nos melanocitomas o tratamento é sempre de remoção cirúrgica.
Não existe uma forma de prevenção contra a doença. O ideal é que, assim que for detetada uma alteração, o animal ser observado e efetuado os exames clínicos necessários para confirmar ou descartar um possível melanoma. Sendo uma doença de evolução rápida, quanto mais cedo for detetado e tratado, maior é a probabilidade de sucesso.
De forma geral, por ser uma neoplasia com elevada taxa de recidiva e metastização frequente, o melanoma tem sempre um prognóstico desfavorável. O prognóstico é razoável em melanomas detetados precocemente e sem metastização. Nos casos de diagnóstico mais tardio e de metastização o prognóstico é muito reservado. Nos melanocitomas o prognóstico é bom.
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