Ansiedade por separação em Animais

A ansiedade por separação é uma síndrome que se manifesta nos animais domésticos e acontece quando o animal é deixado sozinho ou é separado da figura de vínculo, que pode ser um humano ou outro animal.

A hipervinculização é consequência da necessidade que espécies altamente sociais, como os cães, tem de manter contato e coesão dentro do grupo. Seguir o tutor pela casa, alterar o comportamento nas partidas e mostrar extrema excitação ao retorno deste, são manifestações típicas de hipervinculização.

Denote que, mesmo tendo mais do que um animal (da mesma espécie ou não) em casa, pode ocorrer a um dos patudos esta patologia. A ansiedade por separação é dos problemas comportamentais mais comuns nos nossos patudos domésticos.

Mais especificamente, esta síndrome pode acontecer por:

• Mudança de dono ou familia;
• Mudança de residência;
• Mudança no quadro familiar (aumento ou diminuição da família);
• Mudança abrupta na rotina.

Sinais da ansiedade por separação em animais

Existem diversos sinais de ansiedade por separação nos animais que acontecem quando são deixados sozinhos ou quando são separados da figura de afeição (um dos tutores, ou outro animal coabitante). Temos então:

• Vocalização excessiva – uivos, choros ou latidos;
• Comportamentos destrutivos – arranhar, roer ou destruir objetos.
• Defecar ou urinar em locais inapropriados – mesmo que habituados a eliminar em locais próprios e já aprendidos, fazem-no em locais indevidos (nos gatos pode ser o único sinal de ansiedade por separação);
• Fuga – tentativas de fuga, que podem levar à destruição de janelas ou portas, e mais preocupante, colocar em risco o bem-estar físico do animal;
• Transtornos compulsivos – como andar em círculos atrás da cauda, andar para a frente e para trás, lamber as patas (muito comum em gatos).
• Vómitos, hipersalivação e depressão – são outros sinais.

Dicas para melhorar a ansiedade por separação dos animais

Se o seu patudo tem algum destes comportamentos, poderá indicar a presença de ansiedade por separação. Vamos descrever aqui comportamentos/hábitos que deve adotar para ajudar a diminuir o stress do seu animal. Referimos que o tratamento desta síndrome pode ser moroso e exige muita paciência e força de vontade por parte dos tutores.

• Comportamento ansioso – ignorar qualquer pedido de atenção por parte do seu animal quando vai sair de casa ou quando entra. Por norma cerca de 30 minutos antes de sair ou depois de chegar;
• Sinais de saída – pegar nas chaves, calçar os sapatos, pegar no casaco, tudo o que sejam sinais de que pode sair de casa devem ser reproduzimos mesmo quando não sai. Assim, o animal deixa de associar estes sinais com o ficar sozinho ou a figura de vínculo se ausentar;
• Dessensibilização – sair de casa discretamente e por períodos curtos, aumentando a duração das saídas com o tempo;
• Comportamento ansioso apenas com a figura de apego – se o caso é este, então todas as tarefas referentes ao cão/gato (dar de comer, passear, dar banho) devem ser feitas por outro elemento da família que não pela pessoa de vínculo;
• Brinquedos – muitas vezes a ansiedade também pode estar associada a aborrecimento, por isso, quando sair deixe muito brinquedos apelativos, principalmente os que fornecem alimento à medida que o animal brinca. Há animais que preferem brinquedos mais interativos, veja o que melhor se adapta ao seu patudo. Se tem um gato não se esqueça de colocar um ou vários arranhadores para diminuir a possibilidade de destruição e mante-lo distraído;
• Atividade física – quanto mais cansado o nosso patudo fica, menos probabilidade de ficar ansioso. Não se esqueça que os tempos de lazer são escolhidos por si, e não pelo animal;
• Pet sitting ou creches - podem ser uma excelente maneira de manter o seu animal ocupado e acompanhado. Além de se exercitar, ainda faz amigos;
• Treino de obediência – ajudam a manter a concentração e é uma atividade lúdica e divertida;
• Hormonas do bem-estar – catnip, faleway, adaptil podem ser formas de ajudar a relaxar o seu patudo;
• Medicamentos ansiolíticos – são apenas administrados em casos muito específicos e difíceis, e sempre com prescrição e controlo médico-veterinário.

Qualquer medicação ou hormonas utilizadas não invalidam a uso de técnicas de terapia comportamental ou melhoramento ambiental. Todas as dicas acima mencionadas são um bom começo para ajudar o seu animal, porém as que se seguem devem ser evitadas:

• Castigar o animal se encontrar a casa destruída ou conspurcada;
• Não deve usar coleiras de choque elétrico;
• Fechar o animal numa divisão da casa quando a figura de vínculo se ausenta;
• Arranjar outro animal para fazer companhia ao seu (neste caso pode ficar com dois patudos doentes e terá o dobro do trabalho para os tratar!).

Existe tratamento para a ansiedade de separação?

Como já leu em cima, apesar de moroso e exigir paciência, existe tratamento para ansiedade por separação. O uso de terapias comportamentais, enriquecimento ambiental, uso de hormonas sintéticas ou fármacos (em casos extremos) são as quatro formas de tentarmos lidar com esta patologia.

Sendo uma doença com apresentações muito diversas são difíceis de diagnosticar e o seu tratamento tem de ser traçado tendo em conta o animal, ambiente e família. Se acha que o seu patudo sofre desta síndrome deve contactar o seu médico-veterinário para o ajudar a escolher a melhor maneira de lidar com o problema.

Ficou com alguma dúvida? Acha que pode ter um animal com ansiedade por separação? Ligue-nos! Vamos até ao conforto de sua casa!