A Babesiose ou Piroplasmose é uma doença causada por um protozoário denominado Babesia spp. que invade e destrói os glóbulos vermelhos. É transmitido principalmente pelas carraças e, portanto, muito frequente no verão onde a quantidade deste parasita aumenta, e em países tropicais e subtropicais que, por serem quentes e húmidos, também são propensos a uma maior quantidade de carraças.
É uma doença mundial que afeta espécies domésticas, silvestres e até seres humanos.
Cães jovens (entre 3 a 6 meses) por serem mais suscetíveis, são mais afetados. Animais adultos podem ser assintomáticos ou apresentar sintomatologia leve a intensa. Esta variação ocorre com base na imunidade do animal, da carga infetante e da espécie de babesia envolvida (Babesia canis ou Babesia gibsoni). Os assintomáticos podem manter o protozoário no corpo por longos períodos de tempo e ser uma fonte de infeção para outros animais.
Os felinos, por serem menos predispostos a parasitismo por carraças, são menos acometidos por este agente infeccioso.
A fonte de transmissão mais comum são as carraças. A saliva contaminada com Babesia spp. passa para a corrente sanguínea do cão quando a carraça morde o animal. Esta transmissão leva um período médio de 3 dias para acontecer. Assim que o protozoário entra na corrente sanguínea, adere-se à membrana dos glóbulos vermelhos, entra na célula, reproduz-se e rompe-a. São assim libertados novos protozoários, que repetem o processo de entrada, reprodução e destruição dos glóbulos vermelhos.
Outra forma de transmissão, apesar de incomum, pode ser por transfusão sanguínea de um animal infetado.
Os sinais clínicos que podem ser observados são diversos e dependem da forma da doença apresentada – hiperaguda, aguda, crónica ou assintomática:
Os exames complementares como hemograma e bioquímicas séricas podem apresentar alterações como: anemia regenerativa, hiperbilirrubinemia, hemoglobinúria, trombocitopenia. Muitas outras alterações podem estar presentes, que tal como os sinais clínicos, depende da forma da doença apresentada.
O diagnóstico definitivo é feito pela observação dos protozoários no interior dos glóbulos vermelhos afetados, através da visualização de um esfregaço sanguíneo ao microscópio. Quando não é possível fazer esta confirmação, porque por exemplo a carga protozoária é baixa e difícil de visualizar no sangue, o diagnóstico faz-se através da história e sinais clínicos, juntamente com as alterações presentes nos exames complementares, bem como teste serológicos para detetar a presença de anticorpos no sangue.
Outros exames complementares (como urianálise) e de diagnóstico (como PCR) podem ser necessários, pelo que a escolha dos mesmo depende de cada caso.
O tratamento desta patologia é direcionado para a eliminação do protozoário no sangue e tratamento sintomático. Dependendo da Babesia spp. que está a provocar a doença, o tratamento pode ser mais (Babesia canis) ou menos (Babesia gibsoni) eficaz.
Contudo, em qualquer dos casos é possível eliminar ou reduzir drasticamente a quantidade de protozoários em circulação. Além dos babesicidas, a fluidoterapia pode ser necessária para correção de desequilíbrios eletrolíticos, tal como os antibióticos para prevenir infeções secundárias, e em casos mais graves transfusões de sangue podem ser indispensáveis.
A melhor forma de prevenir a Babesiose é controlar o vector que a transmite, ou seja, impedir que o animal tenha carraças. Para isso é necessário fazer uma desparasitação externa regular com produtos apropriados para o efeito, como coleiras, pipetas ou spray. O controlo das carraças no meio ambiente também é de grande importância baseando-se no uso de inseticidas e manutenção das ervas/jardins/terrenos com uma altura baixa.
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