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Aborto em Animais de Companhia

O que é o aborto em animais?

Aborto é a interrupção da gestação, que pode ser espontâneo ou induzido. As causas de aborto são diversas, sendo que o induzido é uma decisão que o tutor toma em interromper a gestação da fêmea com o uso de medicação própria para o ato. Já as causas de aborto espontâneo podem ser:

Causas infecciosas:

  • Doenças bacterianas (brucelose p.e.);
  • Doenças virais (parvovirose, panleucopenia, herpes vírus, FIV, FeLV, p.e.);
  • Doenças parasitárias (leishmaniose, p.e.).

Causas não-infecciosas:

  • Erros de manipulação;
  • Doenças genéticas;
  • Trauma;
  • Stress;
  • Intoxicações;
  • Má alimentação;
  • Administração de medicamentos não seguros durante a gestação;
  • Variáveis da ninhada – primeira gravidez ou número elevado de fetos;
  • Doenças pré-existentes (doença renal, p.e.).

O aborto pode ou não ter sinais clínicos visíveis. Os embriões podem ser reabsorvidos, porém se o aborto for tardio pode originar o nascimento de nados mortos ou mumificados.

É uma situação emergencial, que deve ser rapidamente controlada e resolvida, não só pelo perigo de perder a ninhada como pelo perigo de morte da fêmea progenitora. Que não tem qualquer predisposição racial ou de idade, não é contagiosa. Contudo se a causa do aborto for infeciosa pode esse agente ser transmitido a outros animais.

 

Sinais Clínicos de aborto em animais de companhia

Os sinais clínicos vão depender da fase da gestação em que se dá o aborto. Se for numa fase muito inicial da gestação por norma há uma reabsorção embrionária sem qualquer tipo de sinal externo. Pode, no entanto, ser confundida com uma gravidez psicológica e tratada como tal.

Numa fase mais intermédia da gestação, quando ocorre o aborto, há uma perda de sangue ou tecidos pela vulva, que pode ou não ser percebido pelo tutor, uma vez que as fêmeas costumam limpar e não deixar resíduos. Na fase final da gestação o comportamento da fêmea é muito idêntico ao de preparar o ninho para o parto, porém as crias nascem mortas.

Mas atenção, nem todos os casos são simples como descritos em cima, e sinais clínicos mais graves podem aparecer em qualquer fase da gestação e deve estar atento aos mesmos:

  • Alteração de comportamento;
  • Corrimentos vaginais sanguinolentos e/ou com odor fétido;
  •  Falta de apetite;
  •  Debilidade;
  • Febre;
  • Maior ingestão de água;
  • Contrações abdominais que não sejam no final da gestação. 
cadela a receber festas

Diagnóstico de aborto em Animais de Companhia

Para a confirmação de alguma alteração da gestação deverá ser feita uma ecografia abdominal para avaliar os fetos, batimentos cardíacos e a sua viabilidade. A radiografia também pode ser útil na avaliação da presença de gases anormais ou confirmar a presença de uma ninhada muito grande. Deverão ser também realizados teste sanguíneos (hemograma, bioquímica, FIV/FeLV, sorológicos) para avaliação do estado geral, bem como detetar a presença de doenças infecciosas.

 

Tratamento de aborto em Animais de Companhia

Consoante a causa do aborto o tratamento deve ser direcionado. Contudo, comummente administram-se antibióticos para, ou tratar a causa bacteriana ou para impedir uma infeção secundária. Anti-inflamatórios, controlo de dor, terapia de suporte também são usados consoante o caso. O tutor deve estar ciente que a ninhada pode não sobreviver ao tratamento, ou haver a necessidade de esterilizar a fêmea.

 

Prevenção de aborto em Animais de Companhia

A melhor forma de prevenir um aborto é impedir a cópula ou esterilizando a fêmea. Caso queira reproduzir com a sua fêmea, deve ter em atenção a sua linhagem genética que, se já tiver propensão para aborto, deve repensar o cruzamento.

Evitar stress, administrar uma boa alimentação, não usar medicação durante a gestação (a não ser que tenha sido prescrita pelo médico veterinário) e realizar um bom acompanhamento da gestação são tudo pontos chave para o sucesso de uma gravidez. Deve ter em atenção também que, caso a sua fêmea já tenha sofrido um aborto a probabilidade de acontecer novamente é muito mais elevada.

Se está a pensar cruzar a sua gata ou cadela deve, como nos humanos, ter um acompanhamento de perto para evitar qualquer problema.

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