O Síndrome de Cushing ou Hiperadrenocorticismo (HAC) trata-se de uma endocrinopatia na qual as glândulas adrenais produzem uma hormona, cortisol, em excesso. O cortisol tem várias funções, como por exemplo:
A produção desta hormona é regulada por outras hormonas produzidas pelo hipotálamo e pela hipófise (localizados no cérebro). O hipotálamo produz uma hormona (corticotrofina) que atua na hipófise fazendo esta libertar outra hormona chamada adrenocorticotrófica (ACTH).
Esta hormona ACTH vai estimular a síntese de cortisol pelas glândulas adrenais (situadas ao lado dos rins). Em condições normais quando há um aumento dos valores de cortisol, o hipotálamo e hipófise diminuem a quantidade de hormonas que produzem.
Porém, algumas patologias podem originar uma contínua produção de cortisol. Existem 3 causas para este aumento:
É uma doença séria que afeta mais os cães de meia-idade ou idosos, afetando igualmente fêmeas e machos. Algumas raças que apresentam maior predisposição são: Poodle, Beagle, Yorkshire Terrier, Boxers, entre outras.
Vários são os sinais clínicos desta doença, e muitos são idênticos a outras patologias. É também comum os tutores confundirem os sinais clínicos com as alterações próprias da idade. Alguns sinais vão ser subtis numa fase inicial, e com o progredir da doença estes sinais vão ficando mais intensos e outros novos surgirão. É, portanto, usual a deteção da doença ser apenas realizada numa fase um pouco mais avançada.
Os sinais mais comuns da doença são:
O diagnóstico definitivo da doença não é realizado com um único teste. Teste de estimulação com ACTH, teste de supressão com dexametasona e dosagem de concentração de ACTH e cortisol são alguns dos testes mais específicos para confirmar a doença.
A ecocardiografia pode confirmar a presença de uma massa nas glândulas adrenais, e a ressonância magnética pode confirmar a presença de uma massa na hipófise. Porém, outros exames deverão ser realizados para controlar todo o estado clínico do animal, tais como: hemograma, bioquímicas séricas, análise de urina e radiografia.
O tratamento do Síndrome de Cushing em cães depende da origem da doença. Se a origem for iatrogénica então será necessário controlar a dose da medicação que está a administrar, ou parar por completo a sua administração (contudo, provavelmente aparecerá novamente a doença primária).
Se a origem for tumoral, o tratamento pode passar por cirurgia. Caso esta opção não seja viável é possível controlar a quantidade de cortisol em circulação com uso de medicação, especificamente o trilostano.
Esta medicação é concebida para diminuir a produção de cortisol pelas glândulas adrenais, mas não diminui o tamanho da massa, seja ela hipofisária ou adrenal. A monitorização do animal deve ser cuidadosa.
É uma doença que, caso não seja controlada, pode ser mortal.
Não existe uma forma de prevenir o Síndrome de Cushing se a causa for uma massa adrenal ou hipofisária. A única coisa que conseguimos controlar é a administração de glucocorticoides de forma a diminuir ao máximo a probabilidade de provocar hiperadrenocorticismo iatrogénico.
Quando o Síndrome de Cushing é provocado por uma massa hipofisária benigna, é possível controlar o animal por longos períodos de tempo com uma qualidade de vida boa. Caso a massa seja maligna, o prognóstico já é bastante pior. Em situações de em que a massa é benigna, mas grande, afetando o cérebro e as estruturas envolventes, o prognóstico é fraco.
Em casos de Síndrome de Cushing em cães provocado por massas adrenais benignas, após remoção cirúrgica do mesmo, o prognóstico é bastante favorável. Em situações de massa maligna, o prognóstico diminuí consideravelmente.
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